DÚVIDAS MAIS COMUNS
NO DIA A DIA DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Cometemos,
diariamente, inúmeros erros gramaticais e ortográficos, os quais, devemos
evitar, principalmente em ocasiões em que podem pesar contra nós. Então vamos
ver alguns deles:
01)
Fala-se “mal” ou “mau”?
-
Mal (advérbio), é
o contrário de bem – Quem é bom
pratica o bem, nunca o mal.
- Mau (adjetivo), é o contrário de bom –
Quem é mau pratica o mal, nunca o bem.
Exemplo:
- Ele é um homem
mau. Ele só pratica o mal.
- Ele é um homem
bom. Ele só pratica o bem.
- “Mau
cheiro” e não “mal cheiro”, pois
o contrário seria “bom cheiro” e não
“bem cheiro”.
- “Mal-humorado”
e não "mau-humorado". “Bom-humor” e não “mal-humor”.
02) “Má-criação” ou “malcriação”
– as duas palavras existem.
- má-criação – quem tem atitude desrespeitosa, grosseira;
indelicada, é malcriado.
- mal-criado - quem não tem educação, não é bem-criado.
03)
Verbo ‘ter’ no lugar do verbo ‘haver’ – O verbo haver significa existir,
enquanto que o verbo ter significa possuir. Então é errado dizer:
- “Hoje
não teve aula”, o certo é “hoje não houve aula. Ou “tem pão fresco?” O certo é “há
pão fresco?
04)
“Mim” ou “eu” - Mim não pratica ação, não pode ser sujeito. Então: Para eu
fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- usa-se
“para eu” quando: o sujeito for seguido de um verbo no infinitivo que indique uma ação.
Exemplo: Preciso de férias para eu descansar. Faltam quinze dias para eu viajar.
- usa-se
“para mim” como
pronome pessoal oblíquo tônico e precedido por uma preposição e, ainda, desempenhar
a função de complemento em uma oração.
Exemplo:
“Você pode comprar o ingresso para mim?” “Aquele convite é para mim,
não para você.”
05) Assistir "o" ou assistir “ao”
- O verbo assistir no sentido de ajudar,
auxiliar, prestar assistência, será transitivo
direto, não precisa de preposição. Veja:
- A enfermeira assistiu o paciente - Assistiu quem? - O
paciente! - A resposta é direta sem preposição.
O verbo assistir no
sentido de presenciar, comparecer, ver, estar presente, testemunhar, caber,
será transitivo indireto, precisa da
preposição “a”. Veja:
- João assistiu
ao programa do Jô! - Assistiu a quê? - Ao programa! – A
resposta exigiu a preposição a +
artigo o = ao.
O verbo assistir for transitivo indireto e o substantivo da
resposta for feminino, exige a preposição a
+ o artigo a = então ocorre a crase
“à”. Veja:
- Eles assistiram à missa. – Assistiram o que? – A missa!
06) Preferia ir "do que" ficar ou Preferia ir
"a" ficar.
Prefere-se sempre uma coisa “a” outra, não uma coisa “do que” outra. Então é: Prefiro lutar a morrer sem honra.
07)
Cuidado com as vírgulas - Não se usa
vírgula separando o sujeito do predicado.
Exemplo:
O juiz apitou mal o jogo - O juiz (sujeito) apitou mal o jogo
(predicado).
08)
"Excessão" ou “exceção” – Vem do latim ex-cedo,
(prefixo “ex” = “fora” + cedere
= “sair, retirar-se, abandonar”), que mais tarde originou excedere – retirar-se. Portanto, o certo é “exceção” – ir
além.
09)
10) Há também o caso
de “vultoso” e “vultuoso”; ambas existem, mas devem ser usadas
conforme a situação:
- Vultuoso (rosto vermelho e inchado).
- Vultoso (volumoso)
Temos também, o caso
de “quatorze” ou “catorze" – aqui as duas são aceitas, seu uso é opcional.
11) "Intenção" ou “Intensão”
– ambas existem, mas com significados diferentes.
12)
"Aluga-se" ou “alugam-se” casas?
O verbo
concorda com o sujeito: Alugam-se casas. - Compram-se terrenos. - Procuram-se
empregados.
-
Diferente quando o verbo for seguido da preposição “de” (Trata-se de). O
verbo permanece no singular: “Trata-se
dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados”.
13) “Onde” ou “aonde”?
As duas
palavras existem, são advérbios e são usadas conforme a situação:
- Onde indica o lugar, localização de alguém, alguma
coisa ou acontecimento:
Exemplo:
Onde está a chave? – Onde aconteceu a festa!
- Aonde se refere ao movimento de alguém ou alguma,
para algum lugar:
Exemplo:
Aonde iremos hoje?
14)
"Seção", “sessão” ou “secção”?
- Seção - divisão, repartição: Seção de
brinquedos de uma loja.
- Sessão – tempo de um acontecimento:
Sessão de cinema.
- Secção – parte de um todo, ação de seccionar ou cortar.
15)
"O grama / Um grama” ou “a grama / uma
grama”?
- "O (um)
grama” – palavra masculina que se refere a peso: um grama de ouro.
- “A (uma) grama” – palavra feminina, refere-se à
família das gramíneas: capim, mato.
16) “Meio”
ou "meia" - o advérbio “meio” não varia: A janela está meio aberta. “Meia” é substantivo
feminino (meia de futebol), ou numeral (meia dúzia).
17) Os
pronomes oblíquos átonos “o, a, os
e as” - quando o verbo termina em “m,
ão ou õe”, tomam as formas “no,
na, nos e nas”: As pessoas esperavam-no.
-
Deram-nos, ajudaram-na, põe-nos.
18)
Sentar-se "na" ou “a” mesa – “em”
é sentar-se em cima de (sobre). O certo é: Sentar-se à mesa. / Sentar-se ao
computador.
19)
Terceira pessoa do plural dos verbos TER
e VIR.
20)
Terceira pessoa dos verbos oriundos do verbo TER: CONTER, DETER, MANTER, RETER.
21)
Terceira pessoa dos verbos oriundos do verbo VIR: PROVIR e INTERVIR.
22) Uso
das preposições “a” e “para” – Usa-se ‘a’ quando não há ideia
de permanência. Usa-se ‘para’ quando há ideia de permanência.
- ‘Nas férias fui a Paris’ / Foi para Bauru depois da aposentadoria.
23) Pode ou Pôde?
- PODE –
3ª Pessoa do Singular / Presente do Indicativo.
-
Exemplo: Hoje ELE pode ir ao cinema.
- PÔDE –
3ª Pessoa do Plural / Pretérito Perfeito do Indicativo.
-
Exemplo: Ontem ELE não pôde ir ao cinema.
24) Estar
“a par” ou estar “ao par” – Estar informado significa
estar ‘a par’ de alguma coisa.
- “Ele
está a par do problema”.
25) “Ao invés de” ou “Em vez de” – Usa-se “Ao
invés de” quando a ação realizada é oposta à esperada. Usa-se “Em vez de” quando não há ideia de ação
contrária, ou ‘fez alguma coisa quando
poderia ter feito outra’.
- “Ao invés de subir, desceu”. / “Em vez de cantar, chorou”.
26) “Subscrever” e “sobrescrever” – Usa-se “Subscrever”
quando se refere a assinatura, subscritar (assinar em baixo). “Sobrescrever” é escrever o endereço em
uma carta.
- “O
carteiro não entregou a carta porque não estava sobrescrita (não subscrita)”.
27) “Anexo” ou “em anexo” – A expressão deve concordar com o substantivo a que se
refere. O correto é “anexo(a) e não em anexo”.
- “Segue anexa a relação”. “Os papéis
estavam anexos”.
28)
Verbos “não pronominais” – Certos
verbos não aceitam pronomes, como:
- “Comungar”– “Eu comungo todos os domingos” e não “Eu comungo-me”.
- “Sobressair” – “Ele foi o aluno que mais
sobressaiu” e não “se sobressaiu”.
- “Confraternizar” – “O juiz
confraternizou com os jogadores” e não “confraternizou-se”.
29)
Expressão “que nem” pela expressão “como” – O certo é “como”.
- “Ele é como o pai”. É errado dizer “Ele é que nem o pai”.
30) Superlativo absoluto sintético dos adjetivos
terminados em “io”:
- “sério” –
Seriíssimo e seríssimo; - “feio” –
Feiíssimo e feíssimo.
As duas
formas são corretas, com dois “ií” é
mais formal e com um “í”, mais
informal. Embora a forma preferida seja a informal.
31) Superlativo absoluto sintético de “magro” é “macérrimo ou magríssimo”,
nunca “magérrimo”:
32) “De encontro a” ou “ao encontro de” - “De encontro a” dá a ideia de oposição. “Ao encontro de” sugere conformidade,
aceitação.
- “O
aumento de salário veio ao encontro
do desejo dos funcionários” (aceito).
- “Sua
reivindicação vem de encontro à
orientação do chefe” (oposição).
32) “Se não” ou “senão” - Emprega-se “Se não” quando a frase
tem ideia de incerteza. E o “Senão”
como ‘conjunção’, para substituir “mas,
exceto, do contrário”.
- Correu
três quilômetros, se não quatro.
-
Ninguém, senão ele, trabalhou tanto
pela escola.
34) O “artigo” como “determinante” – Os artigos são chamados determinantes porque
‘determinam’ a concordância.
- Proibido entrada de cães. (verbo sem artigo, concordando com o substantivo)
- É
proibida a entrada de cães. (O
particípio do verbo ‘proibir’ foi para o feminino para concordar com o artigo ‘a’)
35) O uso
do “há” e do “a” – Usa-se “há” para
indicar tempo passado (substitui ‘faz’) e “a” para indicar algo que vai acontecer (futuro).
- O fato
ocorreu há dez anos.
-
Voltarei daqui a um ano.
36) “Meio-dia e meio” ou “meio-dia e meia” – Meio-dia e mais
meia hora, então “meio-dia e meia”.
-
“Chegaremos por volta de meio-dia e
meia”.
37) Hoje “são” 18 de fevereiro. Ou
hoje “é” o dia 18 de
fevereiro. Ou ainda, “ontem foi dia
cinco”. Portanto as duas formas são aceitas.
38) Verbo
“viger” – é praticamente
desconhecido no meio informal; significa ‘entrar em vigor’.
Exemplo:
– “A determinação passa a viger a
partir de amanhã”.
Segundo
Pasquale, conjuga-se apenas nas formas em que o “g” é seguido pelo “e”,
portanto, não existe a 1ª pessoa do singular do presente e do pretérito
perfeito:
Presente |
Pretérito Perfeito |
Futuro do Presente |
Eu --- Tu viges Ele(a) vige Nós vigemos Vós vigeis Eles(as) vigem |
Eu --- Tu vigeste Ele(a) vigeu Nós vigemos Vós vigestes Eles(as)
vigeram |
Eu vigerei Tu vigerás Ele(a) vigerá Nós vigeremos Vós vigereis Eles(as)
vigerão |
- Nada a ver com “Vigor” (substantivo) que significa ter
força física, então, “vigorar”
significa adquirir vigor.
39) A palavra “óleo” – Tem acento por que é
proparoxítona ou por que é paroxítona terminada em ditongo
Já ouvi
essa pergunta. Qualquer uma das regras justificaria o acento, então vejamos a
figura abaixo:
Tem
mais no Blog LER E APRENDER: www.maufesan.blogspot.com
e
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SOS
Gramática: https://www.facebook.com/SOS-Gram%C3%A1tica-112636332688311.
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